domingo, 2 de dezembro de 2007

A validade do projeto Chavista e a importância da imprensa

Não sou exatamente um fâ do Hugo Chaves, nem poderia ser, mas tenho dúvidas quanto às reformas propostas, ou impostas, por ele não serem, de todo, válidas. O que quero dizer é que, por exemplo a reeleição sem limites é um mecanismo adotado na França e em outros países europeus e que só deixou de ser utilizado nos EUA, depois que Franklim Delano Roosevelt se elegeu pela terceira vez e a oposição temeu que ele se perpetuasse no poder. Acho o rodízio saudável, mas cabe ao eleitor decidir quando, quem e quantas vezes se deve colocar alguém no poder. Nas últimas eleições venezuelanas não houve marmelada alguma; se lembrarem, o ex-presidente americano Jimmy Carter estava lá para avalizar aquele pleito, saiu de Caracas sem nenhuma suspeita grave que desabonasse a eleição.
Outra questão relevante é que não havia Constituição na Venezuela até o primeiro governo Chaves, Constituição que ele pretende e, pelo visto, vai mudar. É claro que o Chaves faz chantagem quando ameaça parar de enviar petróleo para os EUA, e isso é preocupante, é claro que seu comportamento com a oposição é degradante - mas a oposição venezuelana é tão ruim ou pior do que ele -; é claro que pegou muito mal o fechamento da RCTV, mas como era uma concessão pública ele se sentiu no direito de tirar do ar uma emissora comandada por um inimigo político que pregou no ar o seu assassinato; nunca houve um caso assim no Brasil; é claro que o Brasil deve por as barbas de molho quando o Chaves visita a Bolívia e promete mundos e fundos, afinal de contas, investimos muito naquele gás boliviano e hoje dependemos em parte daquela energia; é claro que uma parceria entre o petróleo venezuelano representado pela PDVSA e o brasileiro da PETROBRAS, preocupa, na medida em que Hugo Chaves age feito rato e ataca quando se sente acuado. Mas, no caso da senadora sequestrada, ele só não conseguiu o resgate porque o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe atendeu a uma determinação política norte-americana de não-negociar com terroristas. Como a senadora é cidadã é franco-colombiana e pessoa pública, o Sarkozi, presidente da França, resolveu entrar na história e chamou o Chaves para conversar, certamente chamará o Uribe também e, se duvidar, pela via Chaves vão acabar libertando a senadora e outros reféns das FARC, depois de cinco anos de cativeiro.
Me parece claro que há uma mudança radical em curso naquele país, é claro também que há muitos insatisfeitos, mas há muitos partidários de suas políticas, políticas que conheço pouco, mas que acho que a imprensa deveria analisar bem, com cuidado, pois pode ser muito pior do que é, e pode ser um pouco melhor do parece, quem sabe?
A população venezuelana parece cortada ao meio pela proposta Chavista. Acho que nós brasileiros temos que ficar bem atentos para não resvalar nada para o nosso lado, mas não devemos ser ingênuos de achar que ele, Hugo Chaves, seja apenas algum tipo de ditadorzinho latino-americano querendo se perpetuar no poder. Pode até ser, mas suspeito que este senhor queira realmente uma mudança radical no país que administra, suspeito marque uma geração. Acho, inclusive, que essa política levada a cabo por ele e seus partidários trará frutos importantes para Venezuela, só não sei se para o bem ou para o mal.

4 comentários:

Artur Malheiro disse...

Bienvenido, chico! Agora, difícil vai ser ler todos os blogs de amigos, né? hehehehe Quanto ao Hugo, tenho medo, muito medo. Abçs!

Ruth Mezeck disse...

Oba! Não imaginas como gosto de ver mais um blog na área!
Lembras de mim e a polemica com o meu blog há alguns anos quando eu
comentei no meu blog o que rolava aqui no forum transcrevendo com,entarios daqui. Lembro de vc participando tb mas com comentários os mais sensatos Nunca esquecí de você!
Benvindo à blogosfera!
Um blog abraço.
Je reviens Esse blog promete.

Anônimo disse...

Oi querido!
Gostei bastante do seu texto e concordo com mts das coisas q disse. vc já assistiu "a revolução não será televisionada"?. é um documentário mt bom sobre o golpe q tentou tirar o Chavez do poder. Lá fica claro o qt devemos ter cuidado ao analisar o governo do Hugo Chávez, especialmente pq o acesso q temos a informação é totalmente manipulado pela imprensa mundial que, em geral, faz de tudo para transformá-lo no dutadorzinho latino-america, e só. Asssite, vale mt a pena. Dá pra baixar na internet.

Beijos do fusca,

Ana

Anônimo disse...

Oi, Edvard!!! Adoro ler e comentar blogs, mas nunca teria paciência de fazer um. Que bom que tenho amigos inspirados que podem manter o meu vício! :-)
Quanto ao Chavez, acho que a proposta de reeleição sem limite deve funcionar em países onde o escambo de votos por favores não seja uma prática tão comum. Não sei como a Venezuela está neste aspecto, mas fico espantada com as coisas que vejo acontecer ao meu redor, em época de eleição, aqui no Brasil.
Ih, escrevi pra caramba, né? Vou deixar espaço pros seus outros leitores agora! Escrevo mais nos próximos posts.
Vê se não some! E manda notícias dizendo se o ETC pode ressuscitar em 2008...;-)
bjos